Cadeirante lava motos e troca óleo por preços populares


Cadeirante, Júnior lava motos nos mínimos detalhes e troca óleo por preços populares. Em local adaptado no quintal de casa, ex-entregador de peças atrai motociclistas de vários pontos da cidade.

A última vez que andou de motocicleta marcou para sempre a vida do ex-entregador de peças Gilberto Cardoso Júnior, de 31 anos. Eram 10h40, do dia 11 de agosto de 2003, quando ao descer uma das alças da Avenida Ceará, próximo do Shopping Campo Grande, ele foi atingido por um veículo Fiat Palio. A queda de moto resultou em esmagamento da medula e, com isso, ele perdeu o movimento das pernas, mas não a vontade de trabalhar.
No quintal de casa, no Bairro Universitário II, ele abriu, há pouco mais de um ano, um lava-jato só para motocicletas. De tão movimentado, o negócio surpreende até o próprio dono. 




No Lava-Moto Júnior, tudo é adaptado para a condição do proprietário. A plataforma é baixa e as mangueiras de água e sabão ficam ao alcance dele. “Tenho clientes fiéis, como moto entregadores e mototaxistas. Eles só lavam o veículo comigo porque sou detalhista. Dou um trato caprichado nas motos”, valoriza. Além disso, não cobra caro. Por 10,00, a motocicleta é lavada, depois secada, recebe cera, graxa na corrente e um “pretinho” no pneu. Só para lavar a motocicleta, ele gasta cerca de 40 minutos, em um trabalho compenetrado. 



Outro serviço prestado por Júnior é a troca de óleo, cujo valor varia conforme o veículo. A média de movimento no local era de cerca de seis motociclistas por semana, mas tem subido. “No sábado passado, lavei 22 motos. No domingo, foram 15”, relembra Júnior, satisfeito com a procura. “Tem gente que vem de longe, das Moreninhas, por exemplo, lavar a moto aqui.” O trabalho é algo que dá prazer e também ajuda a bancar as despesas com a reabilitação que ele faz até hoje. Graças a ela, Júnior já recuperou parte dos movimentos da perna direita. “A Medicina diz que não dá, mas eu insisto na vontade.” 



Após o acidente de trabalho, Júnior passou a receber o benefício de um salário mínimo do INSS, mas não é aposentado. Por isso ele explica que é preciso administrar bem o dinheiro que entra no lava-jato. “Quando chove, por exemplo, não se tem movimento nenhum”, aponta. 

Bem-disposto em cima da cadeira de rodas, Júnior revela que pratica outras atividades físicas como o basquete adaptado. O rapaz lembra ter ficado apavorado quando descobriu, no hospital, que não poderia mais andar. “Foi um choque, eu tinha apenas 20 anos”, relembra. “Mas hoje considero que só de sair do hospital já foi uma vitória. Eu poderia não ter mais vida nenhuma agora”, avalia. 



O lava-motos de Júnior fica localizado na Avenida Souza Lima, no Bairro Universitário II, em Campo Grande. O estabelecimento funciona de terça a sexta-feira, das 7h30 às 17h30; sábados e domingos das 7h30 às 12h.

Fonte: Diário Digital 

Um comentário

  1. Gostei imensamente deste post , nisto semdo uma pessoa que tem facilidades em manualidades,estou entrando em um curso de mecânica altomotiva e fazer o curso de nível Senai com parte elétrica e eletrônica tbem,espero tudo de bom com esta etapa de minhavida ,assim que o realize ,virei até aqui e darei meu testemunho !

    ResponderExcluir

 

Idioma

Contato

cadeirantes.life@gmail.com

FACEBOOK

INSTAGRAM @cadeirantes_life

Cia de Dança Loucurarte

Receba por e-mail

Digite seu e-mail:

DESTAQUE

Dicas para PCD encontrar emprego

Se você é uma pessoa com deficiência, deve saber que encontrar um emprego satisfatório e bem remunerado é duas vezes mais difícil do que ...

Entrevistas